A origem do violão: a fascinante jornada através dos séculos

O violão, com seu som único e envolvente, ocupa um lugar especial na música e na cultura ao redor do mundo.

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De serenatas românticas a solos virtuosos, ele encanta e fascina gerações.

Apesar de seu papel proeminente hoje, a origem do violão é um mistério que remonta a milhares de anos.

Esta jornada histórica começa com vestígios de instrumentos antigos, cujas semelhanças e diferenças intrigam estudiosos e apaixonados por música.

Hoje, vamos entender um pouco mais a fundo como esse icônico instrumento se transformou e ganhou vida ao longo dos séculos.

Raízes na Babilônia

Embora a origem do violão não seja muito clara, descobertas recentes apresentam indícios de que sua história começa há cerca de 2.000 anos a.C., na antiga Babilônia.

Arqueólogos encontraram placas de barro que retratam figuras tocando instrumentos musicais surpreendentemente semelhantes ao violão moderno.

Essas representações datam de 1900 a 1800 a.C., e nos oferecem uma visão fascinante sobre como nossos antepassados já estavam explorando a magia dos instrumentos de cordas.

Embora esses instrumentos babilônicos compartilhem algumas características com o violão atual, há diferenças notáveis.

Como é de se esperar, o corpo e o braço dos instrumentos da época tinham um design distinto, com um fundo plano, em contraste com o alaúde que possuía um fundo côncavo.

As cordas eram pulsadas pela mão direita (destros), mas o número exato de cordas ainda é um mistério, com algumas representações mostrando apenas duas cordas visíveis.

Essas descobertas arqueológicas são maravilhas que lançam luz sobre a origem do violão e nos conectam a uma rica tradição musical que continua a evoluir até os dias de hoje.

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Evolução no Egito antigo

A harpa egípcia já chamava atenção por seu formato côncavo. Era única entre os instrumentos de cordas pulsadas.

Versátil e com um som característico, esse instrumento encantava com suas melodias. Com o passar do tempo, algumas mudanças começaram a ocorrer.

Um braço foi adicionado à estrutura da harpa, trazendo uma nova dimensão ao seu design.

Esse braço possuía trastes cuidadosamente marcados, gerando mais precisão no som.

As cordas da harpa, feitas de tripa animal, contribuíam para o timbre característico que só a harpa egípcia podia oferecer.

Essas inovações não pararam por aí. Pouco depois, as características da harpa começaram a se mesclar.

Evoluíram para um instrumento mais complexo e sofisticado, abrindo caminho para o que hoje conhecemos como violão.

  • O acréscimo do braço e dos trastes permitiu uma maior variação nas notas tocadas.
  • As cordas de tripa proporcionaram um som único e ressonante.
  • A fusão das características da harpa egípcia ajudou na criação de novos instrumentos de cordas.

Inovações na Roma antiga

Na Roma Antiga, a música desempenhava um papel central na vida cotidiana, influenciada pela arte helenística e com um toque próprio de originalidade.

Entre 30 a.C e 400 d.C, surge um instrumento musical inovador, construído inteiramente de madeira.

Este avanço representou uma evolução significativa na construção de instrumentos de cordas.

O tampo, que anteriormente era feito de couro cru, semelhante ao do banjo, agora se transformava em madeira sólida, apresentando cinco buracos, uma característica distinta desse período.

É interessante notar que em escavações nas catacumbas egípcias, foram encontrados instrumentos com leves curvas, que lembram as formas do violão moderno.

Isso sugere uma evolução contínua no design e na construção de instrumentos musicais, refletindo a criatividade e a adaptabilidade dos músicos ao longo dos séculos.

Esses instrumentos, como a lira e a cítara, passaram a ser confeccionados com madeira, o que proporcionava uma sonoridade mais rica em comparação com os materiais anteriormente utilizados.

O design desses instrumentos apresentava um corpo robusto e um braço alongado.

Com a disseminação da cultura romana, essas ideias viajaram pelo continente, plantando as sementes para o desenvolvimento de novos instrumentos musicais ao longo do tempo.

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Popularidade em diversas culturas

Durante a Europa Medieval, a guitarra latina e morisca refletiam a diversidade cultural da época.

A guitarra latina, por exemplo, era associada aos cristãos e tinha um design mais próximo das violas modernas.

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Já a guitarra morisca (dos Mouros), ligada aos muçulmanos, possuía um corpo mais alongado e era usada para acompanhar melodias com sons contínuos, conhecidos como drones.

A popularidade da guitarra na Europa medieval foi graças principalmente aos trovadores, músicos de natureza nômade.

Com suas performances e constantes viagens, esses artistas contribuíram significativamente para o enriquecimento cultural europeu e impulsionaram o reconhecimento e a disseminação do instrumento.

Até a Idade Média, pouco se sabia sobre a guitarra.

As informações eram indiretas, obtidas através de afrescos, pinturas e pequenas anotações.

Parece meio louco pensar que um instrumento tão presente hoje era quase um mistério naqueles tempos, né?

Mas as coisas começaram a mudar no período Barroco.

Com o avanço dos registros sobre os instrumentos musicais, as informações ficaram mais claras e precisas

O alaúde, conhecido como ‘al Ud’, que significa literalmente ‘a madeira’, desempenhou um papel crucial na introdução de novos sons na Europa.

Durante as invasões muçulmanas na Península Ibérica, entre 711 e 1492, os mouros trouxeram consigo esse instrumento fascinante.

Esse período de conquista e ocupação foi um verdadeiro caldeirão de influências culturais, e o alaúde rapidamente se tornou parte dessa mistura rica e diversa.

Com o tempo, o alaúde foi sendo adaptado e modificado, evoluindo para novos formatos e recebendo diferentes nomes em várias regiões europeias, como lute na Inglaterra e luth na França.

Suas características, como o corpo abobadado e o braço com trastes móveis, influenciaram diretamente o desenvolvimento de outros instrumentos de cordas, criando uma base sólida para a evolução do violão.

Durante a Renascença, essa transformação foi ainda mais acentuada.

O alaúde, com seu design versátil, inspirou a criação de instrumentos mais próximos do violão moderno.

Elementos como o uso de trastes e o formato do corpo começaram a se consolidar, pavimentando o caminho para o surgimento do violão como o conhecemos hoje.

É fascinante ver como essa troca cultural e evolução musical moldaram o cenário instrumental europeu e, por fim, deram origem a um dos instrumentos mais amados do mundo.

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Hipóteses sobre a origem do violão

Existem hoje duas teorias principais sobre a história do violão.

Essas hipóteses foram amplamente aceitas e discutidas por Emílio Pujol em sua famosa conferência em Paris, lá em 1928.

Pujol, um nome de peso, apresentou sua palestra “La guitarra y su Historia”, onde deu uma visão mais aprofundada sobre as origens desse instrumento tão fascinante e influente.

As teorias focam em como a guitarra evoluiu a partir de instrumentos na antiguidade, e como suas formas e sons foram se definindo ao longo dos séculos.

1ª teoria sobre a origem do violão

Da khetara a cítara romana.

O violão, como conhecemos hoje, tem uma trajetória fascinante. Reza a lenda que sua origem remonta à antiga Khetara grega.

Quando o Império Romano se expandiu, este instrumento ganhou novo nome: Cítara romana, também conhecida como Fidícula.

Por volta do século I d.C., a Khetara teria alcançado a Península Ibérica levada pelos romanos.

Este instrumento se parecia bastante com a Lira, mas passou por transformações intrigantes:

Os braços, antes dispostos como a lira, foram se juntando, criando uma caixa de ressonância.

Acrescentou-se um braço com três cravelhas e três cordas.

Surgiram divisões transversais, os famosos trastes, permitindo diferentes notas em uma mesma corda.

Esses ajustes deram ao violão suas características principais, tornando-o o instrumento que adoramos hoje.

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É incrível pensar como a paixão pela música e a criatividade humana moldaram a evolução das cordas, não é? Tal história nos faz valorizar ainda mais cada acorde tocado.

2ª teoria sobre a história do violão

Tudo começa com o Alaúde Árabe, que desembarcou na Península Ibérica durante as invasões muçulmanas sob o comando de Tariz, entre 711 e 718.

Esse instrumento encontrou um lar nas atividades culturais da época e logo se tornou parte da corte.

Desde o século VIII, tanto o Alaúde Árabe quanto sua contraparte grega já eram conhecidos na Espanha.

A convivência entre esses instrumentos é documentada por Afonso, o sábio, rei de Castela e Leão, em suas famosas cantigas do século XIII.

Descrições e ilustrações nas Cantigas de Santa Maria comprovam a coexistência de dois instrumentos distintos,

Guitarra Mourisca: Derivada do Alaúde Árabe, tinha três pares de cordas e era tocada com plectro, uma espécie de palheta. Seu som era notavelmente ruidoso.

Guitarra Latina: Originada da Khetara Grega, possuía um formato de oito, com incrustações laterais e fundo plano. Com quatro pares de cordas, era tocada com os dedos, emitindo um som suave.

A Guitarra Mourisca estava geralmente nas mãos de instrumentistas árabes, enquanto a Guitarra Latina era tocada por romanos, refletindo suas raízes distintas.

Essa convivência de influências árabes e gregas moldou a evolução do violão, vinculando-o profundamente à história e cultura da Espanha.

A jornada do violão é um exemplo fascinante de como a música transcende fronteiras e se transforma ao longo do tempo.

A teoria sobre a origem do violão revela essas conexões culturais e musicais, enriquecendo nosso entendimento sobre este instrumento tão querido por músicos ao redor do mundo.

Qual a origem do nome violão?

Em muitos países, o que chamamos de violão é conhecido como “guitarra”. Isso acontece por conta das variações linguísticas:

  • Inglês = guitar
  • Francês = guitare
  • Alemão = gitarre
  • Italiano = chitarra
  • Espanhol = guitarra

Mas é claro, você também já se perguntou como surgiu o nome violão por aqui? Então vamos desvendar este mistério agora!

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Os portugueses tinham um instrumento semelhante ao nosso violão, chamado de viola portuguesa.

Parecida com o violão, porém menor, a viola portuguesa lembra bastante nossa viola caipira.

Quando os portugueses descobriram a guitarra espanhola, perceberam que era quase igual à viola, só que um pouco maior.

Por isso, decidiram colocar o nome no aumentativo: de viola para violão.

Aqui no Brasil, o nome violão pegou de vez para se referir à guitarra clássica. Apesar de várias tentativas de mudar isso e unificar com o resto do mundo, o nome ficou.

No século XX, a palavra guitarra voltou ao nosso vocabulário, mas só para se referir à versão eletrificada do violão.

Interessante, né?

Mesmo com tantas mudanças e tentativas de alteração, o violão se mantém firme no coração dos brasileiros, enquanto a guitarra clássica aparece de vez em quando para falar dos estilos de jazz e blues tradicionais.

Violão na música clássica

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O violão ganhou um espaço significativo na música clássica, evoluindo de um simples acompanhante para protagonista de obras complexas e emocionantes.

Durante o século XIX, o instrumento solidificou sua posição na música erudita, graças a compositores e intérpretes que exploraram suas possibilidades sonoras únicas.

Entre as figuras mais influentes, destaca-se Francisco Tárrega (1852-1909), cujas composições e arranjos para violão ajudaram a definir o repertório clássico do instrumento.

Obras como “Recuerdos de la Alhambra” e “Capricho Árabe” continuam a inspirar guitarristas ao redor do mundo pela sua beleza e complexidade técnica.

Outro marco importante é o trabalho de Andrés Segovia (1893 – 1987), que foi fundamental para estabelecer o violão no cenário de concertos e em salas de concerto tradicionais.

Suas transcrições de obras de Bach e outros compositores clássicos ampliaram o alcance do violão, introduzindo-o a novas audiências.

Hoje, o violão clássico é um pilar na música erudita, com um repertório rico que inclui desde prelúdios e sonatas até concertos completos.

Origem do violão Brasil

A história do violão no Brasil começa com a chegada dos jesuítas portugueses, que trouxeram consigo a viola de 10 cordas.

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Este instrumento foi essencial na missão de catequização dos povos indígenas, servindo como uma ferramenta musical e cultural para aproximar as duas culturas.

Os jesuítas utilizavam a música como um meio didático, e a viola era perfeita para acompanhar cantos religiosos, facilitando a comunicação e a transmissão de valores cristãos.

Com o tempo, a viola se adaptou ao contexto brasileiro. A introdução desse instrumento pelos jesuítas foi um ponto de partida para a rica tradição de cordas que se desenvolveria no país.

A presença da viola nas missões jesuíticas destacou seu papel como um dos primeiros instrumentos de cordas a ganhar popularidade no Brasil.

Essa influência inicial ajudou a moldar a identidade cultural do violão no país, preparando o terreno para sua evolução em um dos principais protagonistas da música brasileira.

Estrutura e construção do violão moderno

O violão que conhecemos hoje, ao longo dos anos ele evoluiu de tal forma que se tornou essencial em quase todos os gêneros musicais populares.

Sua importância é comparável à do piano.

Com o passar do tempo, o violão passou por grandes evoluções. Atualmente, você encontra uma variedade incrível de formatos e tamanhos.

Cada um deles é ideal para um estilo específico de tocar.

E muitas vezes, esses instrumentos são personalizados pelo luthier que os constrói.

O violão clássico usa cordas de nylon. Diferente dos outros modelos, como o Folk, que usam cordas de aço.

O tipo de madeira usada na construção do violão impacta diretamente no som produzido.

Abaixo, temos uma ilustração das partes de um violão para entender melhor sua construção e estrutura:

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Conclusão

O violão, com sua história rica e evolução ao longo dos séculos, estabeleceu-se como um dos instrumentos mais versáteis e amados na música mundial.

Como vimos ao longo do artigo, suas raízes remontam à antiga Babilônia e sua transformação através das culturas egípcia, romana e medieval, mostram sua capacidade de adaptação e resiliência.

Hoje, ele é essencial na música clássica e em quase todos os gêneros populares, devido à sua capacidade única de transmitir emoções e criar melodias envolventes.

Compreender a origem e a evolução do violão é algo que, mais cedo ou mas tarde, todas as pessoas que possui algum envolvimento com esse instrumento fabuloso, procuram fazer.

Seu papel na música brasileira, especialmente, destaca a importância cultural e histórica que o violão possui, tornando-se um elo entre passado e presente, tradição e modernidade.

Por hoje é só, um abraço e solta o som!

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