Desvendando os Modos Gregos
Os modos gregos são 7 modelos distintos da escala natural maior. Talvez você já tenha escutado nomes como “Mixolidiano”, “Doriano” ou algo parecido.
Parece algo tão complicado, não é? Nem tanto, mostraremos que esse e outros nomes são coisas simples na realidade e fáceis de compreender e praticar. Eles aparecem no contexto dos modos gregos. Forneceremos detalhes para esclarecer quais são esses modos:
Modo Jônico
Veja a maior escala natural. Corresponde ao primeiro modo grego, conhecido modo jônico. Apresento mais a frente de onde surgiu essa nomenclatura, não se preocupe com isso no momento.
Muito bem, você já conhece um modo grego! Maravilha!
Para facilitar, trabalharemos com a escala maior C como exemplo. Já sabemos qual é o modo jônico:
C, D, E, F, G, A, B
Intervalos: tom -tom-tom-semitom-tom-tom-semitom
Desenho:
Dica: é a própria escala principal.
Modo Dórico
Este é conhecido como modo dórico. Não é nada além da exata escala principal com a qual estamos trabalhando, porém, iniciando em D.
Aqui você vê o modo dórico:
D, E, F, G, A, B, C
Intervalos: tom-semitom-tom-tom-semitom-tom
Desenho:
Dica: é a escala menor com a sexta maior.
Bom, pode ser que você não tenha considerado a utilidade disso. Normalmente aqui os músicos começam a se confundir e acham que esse estudo é chato. Portanto, iremos explicar isso bem para que você não desista sem uma razão!
Acabamos de jogar no modo D Dorian, concorda? Isso significa automaticamente que sua tonalidade é C maior.
Motivo? Só porque construímos a escala Doriana utilizando as notas principais de C. O formato tom-semitom, etc. Deduzido a uma escala Doriana era distinta da escala natural maior porque iniciamos com outra nota que não é o primeiro grau.
Iniciamos pelo segundo grau. É por isso que há uma diferença no desenho. Com isso em mente, podemos encontrar uma aplicação prática.
No estudo do campo principal de harmonia, vimos os acordes que fazem parte da tonalidade C maior. Imagine, por exemplo, que uma música inicie em Dm e em seguida continue com os acordes: Am, F e Em.
Podemos concluir que a tonalidade dessa música é C maior, mesmo que o acorde C não tenha aparecido uma vez na música (até aqui, não é um conceito novo!). Então, se desejamos improvisar um solo nesta música, utilizaremos escala C maior.
ATENÇÃO! Conheça o método Violão em 8 Semanas com o Prof. Victor Teixeira Acesse
Mas como podemos fazer isso se a música inicia em ré menor? Nosso solo pode iniciar com D em vez de C para dar um ambiente mais característico, não é? É aqui que D Dorian entra!
Poderíamos dizer que estamos fazendo um solo em D, porque estamos “enfatizando” D (iniciando e finalizando com ele), mas utilizando a escala maior C. Moral da história: estamos utilizando a escala D Dorian em nosso solo, porque o acorde é D menor, mas a tonalidade é C.
Modo Frígio
Beleza, iremos fazer algum progresso. Agora utilizaremos a escala C maior iniciando com E. A sequência será a seguinte:
E, F, G, A, B, C, D
Intervalos: semitom-tom-tom-semitom-tom-tom
Desenho:
Dica: é uma escala menor com o segundo grau menor.
Isso é conhecido como modo frígio. O uso prático é exatamente o mesmo do exemplo anterior, entretanto pensando em Mi menor em vez de Ré menor. Se desejarmos fazer um solo em Mi menor em uma música que está na tonalidade C maior, usaríamos a escala E frígia.
Modo Lídio
O próximo modo grego é o lídio. Inicia com o quarto grau da escala maior. Somente para recapitular, estamos utilizando como exemplo a escala C e, em seguida, o quarto grau é F (antes do quarto grau era E, e assim por diante).
Os modos gregos podem ser criados em qualquer escala maior. Estamos apresentando aqui somente a escala C. Mais a frente, mostraremos com outra escala essencial para ajudá-lo e torná-lo mais claro. Vamos ver então como foi a nossa escala F Lidiana :
F, G, A, B, C, D, E
Intervalo: tom-tom-semitom-tom-tom-tom
Desenho:
Dica: é a escala principal com quarto aumento
Modo Mixolidiano
O quinto modo grego é o mixolidiano. Na escala C maior, o quinto grau é G. Veja abaixo a escala G mixolidiana :
G, A, B, C, D, E, F
Intervalo: tom-tom-semitom-tom-tom-semitom
Desenho:
Dica: É a escala maior com 7ª menor
Já faladamos da utilização dos modos gregos do ponto de vista da improvisação, mas seria interessante no momento fazer uma observação. Se desejamos fazer um solo em uma música que está na tonalidade C maior, iniciando com a nota G, usaríamos a escala G Mixolidiana (nada de novo aqui).
Talvez você ainda não esteja convencido da utilidade disso na prática. Porque você está pensando: “Se eu desejar utilizar a escala C maior iniciando com G, posso fazer o desenho C maior, na região em que eu faria a escala maior C e em seguida faço esse desenho começando com G”:
Ótimo, não há problema nisso. Mas digamos que uma música esteja mudando de tonalidade. Pense que estava em Sol Maior e agora foi para Sol Maior. Você estava executando um solo em sol maior utilizando a escala abaixo, naquela região do braço do instrumento:
Modo Eólico
Ótimo, o próximo modo é o modo eólico e corresponde ao sexto grau. No nosso exemplo, o sexto grau de C é A, veja abaixo como foi nossa escala:
A-B-C-D-E-F-G
Intervalo tom-semitom-tom-tom-semitom-tom
Forma:
Dica: é a escala menor natural!
Localizaremos então um novo nome para a escala menor natural: modo eólico. A grande escala natural já tinha ganhado um nome, lembra? Modo jônico.
Acredito que você tenha notado que o sexto grau menor é o menor relativo (já estudamos isso), logo, fazer um solo utilizando o modo eólico não é nada mais do que fazer isso utilizando o menor relativo.
Modo Locriano
O sétimo e último modo é o modo locriano. Observe o desenho abaixo:
B, C, D, E, F, G, A
Intervalo: semitom-tom-tom-semitom-tom-tom
Desenho:
Dica: é a escala menor com a segunda menor e a quinta diminuída.
Praticar os modos gregos pensando em graus realmente auxilia nossa mente e ouvido a identificar rapidamente a tonalidade de uma música, porque nos acostumamos a esses padrões.
Resumo dos 7 modos gregos
Ótimo, já fizemos tudo com a escala maior C, vamos apresentar agora (rapidamente) como seriam as sequências utilizando a escala maior G (em vez de maior), para que você possa ver as formas desses modos iniciando pela 6ª corda:
Veja que a sequência (tom-semitom, etc.) era exatamente a mesma que no estudo da escala C maior. Porém, o desenho (formas) era diferente porque iniciamos pela sexta corda em vez da quinta.
Os desenhos apresentados, iniciados pelas 5ª e 6ª sequências, mantêm a exata estrutura com outras tonalidades. Isso é realmente favorável, porque aprender as formas dessas tonalidades, você conhece todas elas; é somente para transpor os mesmos desenhos para outros tons.
Os modos gregos surgiram na Grécia antiga. Alguns músicos da região têm maneiras peculiares de organizar os sons da mesma escala temperada. Eles vieram das regiões Ionia, Doria, Phrygia, Lydia e Aeolia.
Por isso deu os nomes que vimos acima. O modo mixolidiano veio da mistura entre os modos lídio e dórico. O modo locriano veio somente para completar um ciclo, porque é um modo ligeiramente utilizado na prática.
Os modos jônico e eólico tornaram-se os mais usados, sendo mais difundidos na Idade Média.
Ultimamente, eles ganham os nomes “escala maior” e “escala menor”, respectivamente. É engraçado que todos os estudantes de música aprendam primeiro os nomes “escala maior” e “escala menor” antes mesmo de estudar sobre os modos jônico e eólico. Na verdade, esses modos gregos vieram antes e são “pais” dessas escalas.
Sem a música a vida seria um erro, já dizia Friedrich Nietzsche. Não sou músico profissional. nas horas vagas gosto de brincar com meu violão/guitarra e evoluindo no meu próprio ritmo. E você, procurando um violão novo? Conheça as melhores marcas.
Seja o primeiro a comentar!